sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

uns versos

Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo

Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele
O seu casaco

Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo!
Adriana Calcanhoto

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

nada novo, de novo

Ano novo de novo ! Tudo novo de novo ! Nada novo.. Tudo repetido ! Sim, pois nada se ganha nessas passagens de anos. Apenas aumenta-se o vocabulário e adquire-se uma certa experiência, as que deveriam ensinar, mas nada que se coloque em prática de verdade. Ninguém nunca aprende com os erros do passado. Alguns só conseguem fingir melhor entender e aprender.. mas, na verdade, é tudo a mesma coisa! Tudo velho de novo ! Nada novo..
Erra-se uma vez e depois para sempre.. é quase como um ciclo vicioso. Não quero dizer que essas pessoas não tenham que ter uma segunda chance.. muito pelo contrário ! À elas, várias chances. Não são todos que têm o privilégio de uma excelente memória. A maioria gosta de reviver momentos, sejam bons ou ruins. Não, eles não são seletivos.. pra eles, qualquer sentimento já basta ! Mas é tudo velho, nã otem nada de novo
Ano novo, de novo! Assisto a passagem de mais um ano do meu quintal. Vejo tudo do avesso, as pessoas do avesso, o céu do avesso.. vejo inclusive o avesso do verso! Mas tudo isso é velho, do ano velho.. Não tem nada novo também!